A cidade de São Paulo está um lixo!

Enquanto o pessoal da moda coloca o José Mayer no TT do Twitter, os blogueiros cuidam da Blogosfera eu vou usar meu espaço para reclamar, a cidade de São Paulo está cada vez pior, o centro da cidade se tornou um verdadeiro lixão a céu aberto, o lixo acumulado, moradores de rua, dependentes químicos e o caos do trânsito estão virando paisagem.

Ir ao centro e comer um lanche sem que você seja abordado por um menor morador de rua é raro, não que eles tenham alguma culpa, mas o que o governo está fazendo para ajudar essa parte da população que não tem onde morar? o que eles estão fazendo para melhorar a qualidade de vida dos milhares de dependentes químicos que rondam o centro da cidade consumindo crack no meio de pessoas que passam apressadas para seus trabalhos? o que eles estão fazendo a respeito do trânsito dessa cidade? do transporte público? e por aí vai...

Mas o pior ainda está por vir, O corte de 20% nos contratos de varrição da cidade já surte efeito: as ruas serão limpas menos vezes ao dia e por menos garis - 3.200 dos 8.500 em atividade na capital foram demitidos, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Limpeza Urbana de São Paulo (Simaeco). Nesta terça-feira, o sindicato resolveu adiar a a greve para segunda-feira. Mas o lixo já se acumula pelas ruas. E a situação vai piorar: a Prefeitura confirmou o corte de verbas na área da coleta de lixo nas casas.

A estimativa é de uma redução de 10% nos contratos com as concessionárias Loga e EcoUrbis. Hoje, as duas empresas recebem R$ 46 milhões mensais para fazer a coleta, transporte e destinação final do lixo em aterros sanitários da cidade.

Segundo a Prefeitura, até o fim da semana, um novo plano de limpeza urbana deverá ser divulgado pela Secretaria de Serviços para que as cinco empresas que fazem a varrição possam atuar. Nele, constarão a relação das ruas da cidade e o número de vezes que cada uma será varrida.

A estratégia agora, segundo a Prefeitura, é reduzir o número de varrições em algumas ruas e aumentar em outros endereços, onde há maior movimentação de pessoas (tenho 99,9% de certeza de que esses bairros serão os mais ricos). Diariamente, as empresas que fazem a limpeza da cidade varrem 6.941 quilômetros de ruas. São 1,88 milhão de metros quadrados de calçadas que os garis percorrem por dia.

No caso da coleta de lixo, a Prefeitura espera que as empresas apresentem um plano de trabalho que comporte a redução do orçamento até o final do mês. Em nota divulgada ontem, a Prefeitura afirma que foi "solicitado às concessionárias de coleta de lixo domiciliar que façam adaptações nos trabalhos de forma que a verba a ser repassada às empresas se enquadre no orçamento de R$ 903 milhões para a limpeza urbana".

A coleta domiciliar corresponde a 55% desse total, a varrição responde por 30,3% e outros serviços como coleta seletiva e manutenção dos ecopontos, por 14,7 % do orçamento. Além disso, na nota, a Prefeitura alerta que as concessionárias deverão "fazer uma readequação dos serviços de coleta, sem que isso prejudique a qualidade do serviço."

Pior, a gestão Gilberto Kassab descumpriu a promessa de não congelar verbas na área da Saúde. Somente no primeiro semestre deste ano, os recursos represados da pasta somaram R$ 644,4 milhões, o equivalente a 12% do orçamento anual atualizado para o setor, de R$ 5,4 bilhões. Uma das dotações mais atingidas, com um contingenciamento de 77%, é a rubrica destinada a ampliação e reforma de equipamentos de saúde: foram congelados R$ 79,7 milhões de um orçamento anual de R$ 104,1 milhões.

Os dados constam no Relatório de Acompanhamento Orçamentário e Financeiro da Secretaria Municipal da Saúde do segundo trimestre, enviado à Câmara Municipal. Desde fevereiro, o prefeito vinha afirmando que o congelamento de verbas não atingiria as áreas de Saúde e de Educação. Outras obras e intervenções, como a construção de túneis e viadutos, a varrição, a coleta do lixo, o recapeamento de ruas e a limpeza de galerias pluviais já foram atingidos por corte e congelamentos de até 20% na verba de 2009.

Mas o relatório assinado pelo secretário da Saúde, Januário Montone, e entregue à Comissão de Saúde do Legislativo, mostra que o congelamento também atingiu, por exemplo, a verba prevista para a construção de três novos hospitais até 2012, uma das principais promessas de Kassab feitas durante a campanha da re-eleição. Dos R$ 90 milhões previstos este ano para o início da construção de hospitais na Vila Brasilândia (zona norte), em Parelheiros (zona sul) e na Vila Matilde (zona leste), R$ 45 milhões foram congelados no primeiro semestre. As três unidades ainda estão em fase de projeto.

Outro programa vitrine da primeira gestão do prefeito foi atingido pelo congelamento. Se entre 2006 e 2008 o prefeito entregou 110 AMAs (Assistências Médicas Ambulatoriais), neste ano apenas uma unidade das dez previstas pelo governo no Plano de Metas ficou pronta, na Casa Verde. Oito unidades ainda estão na fase de definição de parceiros. Ao todo, o prefeito congelou no semestre R$ 30,5 milhões para a construção de novos equipamentos de saúde - ou 70% dos R$ 43,9 milhões previstos.

No Plano de Metas também estão previstas 50 unidades de atendimento odontológico (AMAs-Sorriso) até 2012. Nenhuma ficou pronta neste ano. A verba de R$ 92,9 milhões para o Serviço de Atendimento Médico de Urgência também sofreu congelamento de 15% (R$ 14,2 milhões). Da rubrica que prevê verba anual de R$ 11,6 milhões para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores, foi congelado R$ 1 milhão (9%).

A coisa não está nada boa e do jeito que anda em breve a cidade se transformará em um caos total.

Apture